06/11/2010

Você empresta o seu nome?


Imagine a seguinte situação do nosso personagem “Joãozinho” que tem o sonho de adquirir uma TV de LCD.

A TV de LCD está numa excelente promoção. O Natal está chegando e essa pode ser a última oportunidade para realizar o sonho de ver exposta, na parede da sala, aquela linda TV. Mas como ele poderá realizar esse sonho já que não tem como comprovar a renda, está devendo ao banco e ainda possui restrição (nome sujo na praça) no Serasa no SPC?

O recurso é recorrer a alguém que possa emprestar-lhe o nome para realizar o sonho de ter a TV de LCD. Chamamos de operações para terceiros – forte tendência de inadimplência!

Imagine só: Joãzinho está sem crédito na praça, endividado e não tem como comprovar a renda. Há um risco muito grande dele não honrar a dívida que ainda pediu a alguém para contrair. Então fica a pergunta: Você empresta o seu nome? Você confia?


Assim como “Joãozinho” 47% dos consumidores das classes C e D (renda mensal até R$ 2.500) têm o costume de emprestar o nome (crédito) segundo uma pesquisa do Instituto Data Popular, publicada pelo jornal “Estado de Minas”. Na mesma pesquisa, também foram investigados os hábitos de participar de vaquinha ou bolão e vender auxílio-refeição.

O desejo de consumir está distanciando as pessoas da real avaliação do que é necessidade. As oportunidades de crédito são fartas, os anúncios na TV e demais meios de comunicações incendeiam o desejo de TER sem PODER. Então vem a pergunta: Deus abençoou?

No Salmo 118, o salmista louva a Deus por tê-lo livrado dos inimigos. É possível entender que Deus supre todas as necessidades da nossa vida – atenção: Todas as Necessidades! No versículo 8, do Salmo 118 diz “É melhor confiar no SENHOR do que confiar no homem” e no 19 “abri-me as portas da justiça; entrarei por elas e louvarei ao SENHOR”.

Então, jamais devemos tomar uma decisão, seja em qual for a situação, sem ouvir a voz, a direção de Deus. Se a sua vida financeira passa por uma situação na qual as despesas são maiores que as receitas, se há dívidas no mercado e não há possibilidades de ganhos futuros (ação na justiça, bônus, participação nos lucros ou 13º salário) que possam liquidá-las, tenha certeza de uma coisa: A TV de LCD não será uma benção e sim uma tentação.

Importante registrar que segundo o código de defesa do consumidor caso a mercadoria apresente defeitos somente o autor da nota fiscal tem o direito de rever os seus direitos, portanto quem emprestou o nome ainda terá que se desdobrar para resolver aquela pendência.

O desejo de ter não pode prevalecer sobre a necessidade, o luxo, o status. E para você que em situações como a do Joãozinho é capaz de emprestar o seu nome cuidado: você pode colocar a sua família em sérios riscos. Como? Qualquer impontualidade do Joãozinho no repasse do dinheiro para você pagar a prestação da dívida que está em seu nome, lhe colocará em situação de inadimplência. É verdade. As consequências? Juros, multa, honorários advocatícios e aquilo que você entendia ser uma “ajuda a um(a) amigo(a)” se transformará num pesadelo no qual ao final quem acabará arcando com o pagamento da dívida será simplesmente você. O alerta é: cuidado para não tirar a paz da sua família para pagar dívidas que não são da responsabilidade dela!

Em tudo, orai ao Senhor para que Ele possa revelar a direção certa. No versículo 21, do Salmo 118 há essa confirmação “Louvar-te-ei porque me escutaste e me salvaste”. Ele ainda escuta e continua salvando-nos. O “inimigo” pode lhe incentivar a cair, mas o Senhor, o nosso Deus, tira você da queda para lhe garantir a entrada pela porta da justiça na qual somente os justos passarão.

Sendo assim, ouça em detalhes a necessidade daquele que lhe pedir o seu nome emprestado e somente tome a decisão após duas certezas: a resposta de Deus e o diálogo positivo com a sua família, principalmente com o cônjuge. Ele precisa concordar com tão séria decisão!

Planeje e viva em paz com o seu dinheiro!

Gedson Freire

Matéria publicada no Boletim da Igreja Nova Vida - BH em 07/11/10

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